Conteúdo Religioso



ENCONTRO DE LITURGIA

                                                                                   Sem. Emanuel Anchieta
“Permanecei no meu amor” (Jo 15, 9)

A celebração eucarística explicada parte por parte

 O que é a Missa?

¨  Os primeiros cristãos chamavam de Ceia do Senhor ou fração do pão. Nós preferimos chamá-la de Eucaristia, que significa ação de graças. É, portanto, a celebração da morte e ressurreição de Jesus Cristo, a sua Páscoa e a nossa.

Quais as passagens do NT que narram a instituição da Eucaristia?

¨  1Cor 11,23-25 (mais antigo)

¨  Lc 22,19-20

¨  Mt 26,26-28

¨  Mc 14,22-24

¨  João mostra a importância de comungar o corpo e o sangue do Senhor

Quem celebra a Eucaristia? 

¨  Toda a assembléia dos batizados celebra a Ceia do Senhor, cada um de acordo com o seu ministério no seu lugar. Somos um “povo de sacerdotes, uma nação santa”. 

RITOS INICIAIS

¨  Canto de Entrada

            Deseja criar um clima de festa, de alegria, de família, de fraternidade, de comunhão com Deus e com as pessoas. Deve estar sintonizado com o tempo litúrgico e o momento celebrado.

¨  Sinal da cruz

            É a porta de entrada e saída da Missa. É composto por gestos e palavras.

¨  Saudação

            O presidente da celebração saúda a assembléia. É o começo de um diálogo que percorre toda a celebração

¨  Ato Penitencial

            Reunidos em nome da Trindade, pedimos perdão. É ao mesmo tempo confissão de nossas faltas e profissão de fé na misericórdia divina.

¨  Hino de louvor

            É uma solene doxologia (louvação)

            Prescrevido nos domingos, festas e solenidades

            Omitido no advento e na quaresma

            Hino de louvor a Deus por Jesus Cristo na força do Espírito. O motivo central é Jesus.

            Não deve ser substituído por nenhum outro canto

¨  Coleta

            É a primeira das três orações presidenciais

            Após o “oremos”, o padre faz uma pausa para que cada pessoa coloque diante de Deus as próprias intenções e motivações.
            O amém da assembléia significa que está de acordo.
LITURGIA DA PALAVRA

 Está posta a primeira mesa, a da Palavra

¨  Primeira leitura

¤  É quase sempre do A.T (exceto na Páscoa)

¤  A leitura do A.T foi escolhida em função do Evangelho, formando quase sempre um par em torno de um tema (sobretudo no Tempo Comum)

¤  Nos dias de semana, no espaço de dois anos (divididos em ano par e ano ímpar), lêem-se as passagens mais significativas de toda a Bíblia

¨  Salmo

¤  É a resposta orante da assembléia,

¤  As vezes trata-se de um hino bíblico com função sálmica,

¤  Deve ser sempre cantado, pelo menos o refrão

¨  Segunda Leitura

¤  Sempre do Novo Testamento

¤  No tempo comum, de maneira contínua, o lecionário traz as passagens mais significativas do N.T, sem, necessariamente, estar diretamente relacionada com o Evangelho.

¨  Aclamação ao Evangelho

¤  O canto é alegre e vibrante: Aleluia! (exceto na quaresma)

¤  A estrofe é sempre um versículo da Bíblia

¨  Evangelho

¤  Ano A (Mateus); Ano B (Marcos); Ano C (Lucas)

¤  O Evangelho segundo João é reservado às festas e alguns domingos da Quaresma e do Tempo Comum

¤  Nos dias de semana, no intervalo de um ano, lemos praticamente todo o Evangelho.

¤  A proclamação do Evangelho é o ponto mais alto da liturgia da Palavra;

¤  Marcamos com a cruz (persignação):

n  A testa = mente

n  A boca = palavras

n  O peito = sentimentos

            Para que a Palavra nos guie no que pensamos, dizemos e fazemos.

q  Terminada a proclamação, o Evangelho é reverenciado com o beijo de quem o proclamou.

q  Homilia

q  É o momento em que meditamos o que a Palavra tem a nos dizer sobre Deus e sobre nós mesmos.

q  Profissão de fé (duas fórmulas):

q  O Símbolo dos Apóstolos (mais curto e antigo)

q  O Símbolo Niceno-constantinopolitano (mais longo)

q  O Creio é professado nos domingos e solenidades

q  Oração da assembléia

q  A comunidade celebrante abre seu coração e expressa seus sentimentos através de seus pedidos.

q  As preces dos fiéis trazem para dentro da assembléia o mundo todo, a Igreja, os necessitados.
LITURGIA EUCARÍSTICA

¨  Da mesa da Palavra passamos à mesa da Eucaristia Nossa atenção concentra-se no altar.

¨  Canto e apresentação das oferendas

¤  Durante ou canto (ou sem ele) o presidente apresenta ao Pai do Céu as ofertas do pão e do vinho, frutos da terra e do trabalho humano. Essas ofertas se tornarão Pão da vida (corpo de Cristo) e Cálice da Salvação (Sangue de Cristo)

¤  Feita a apresentação das ofertas, o celebrante principal lava as mãos. É resultado de uma prática antiga quando a assembléia oferecia produtos da terra e, após recebê-los, o padre precisava lavar as mãos.

¨  Orai irmãos...

¤  O presidente da celebração convida a assembléia a uma só oração para que Deus aceite o sacrifício que está sendo oferecido.

¨  Oração sobre as oferendas

¤  É a segunda oração presidencial da Missa. Em nome da assembléia que celebra, o presidente pede a Deus que aceite a oferta do seu povo.

¨  Oração Eucarística

¤  É o centro de toda a celebração;

¤  No Brasil há 14 preces eucarísticas. Entre elas há:

¨  3 para missas com crianças,

¨  2 sobre reconciliação,

¨  4 para diversas circunstâncias.

¤  Cada oração eucarística possui suas próprias características. No entanto todas possuem em comum oito elementos:

¨  Prefácio: É uma ação de graças ao Pai por Jesus Cristo. Inicia-se com um diálogo entre o presidente e a assembléia

¨  Santo: O prefácio termina com um louvor cósmico a Deus. Deveria ser sempre cantado;

¨  Epiclese: É a invocação do Espírito Santo sobre as oferendas;

¨  Narrativa da instituição e consagração: Quem preside repete os gestos e palavras do Senhor na última ceia;

            O sacerdote mostra ao povo o pão e o vinho consagrados;

            Todos adoram em silêncio;

            É o mistério da fé ao qual todos respondem com uma aclamação.


n  Anamnese (memorial): “Fazei isto em memória de mim!”

n  Oblação: O Corpo e o Sangue de Cristo são oferecidos ao Pai, no Espírito Santo, por nós.

n  Intercessões: Pela Igreja (papa, bispos, presbíteros, diáconos, todo o povo de Deus), pela comunidade que celebra sua fé, pelo mundo todos e pelos fiéis falecidos. As intercessões geralmente terminam pedindo pela própria comunidade que peregrina a caminho da vida eterna.

n  Doxologia final: É um breve hino de louvor: “Por Cristo, com Cristo e em Cristo...” É o fecho da oração eucarística, merecendo ser cantado, sobretudo o “amém” da assembléia.

n  Pai nosso

n  Somos educados por Deus a vivermos como uma família única, com um único Pai;

n  É importante começá-lo todos juntos;

n  A oração que segue o Pai Nosso é ampliação do seu último pedido (mas livrai-nos do mal). A assembléia intervém com a fórmula final: “Vosso é o Reino...”

n  Abraço da paz

n  Depois de rezar “Senhor Jesus Cristo, dissestes...”, o sacerdote (ou o diácono) convida a comunidade a saudar-se fraternalmente com o abraço da paz.

n  Fração do Pão

n  O presidente da celebração parte o pão, repetindo o que Jesus fez: “Tomou o pão, deu graças e o partiu...” Esse gesto (de Jesus e de quem preside) nos compromete com a partilha.

n  Recomenda-se que haja um só pão a ser repartido para reforçar a idéia de unidade e de partilha.

n  O sacerdote mistura um pedaço de pão ao vinho, para sublinhar o tema da unidade: corpo + sangue.

n  Nesse momento canta-se o “Cordeiro de Deus”.

n  Convite à Ceia

n  Depois de rezar algumas orações próprias, o presidente mostra o Corpo e o Sangue fazendo o convite: “Felizes os convidados...” A assembléia responde com as palavras do oficial romano: “Senhor, eu não sou digno...” (Lc 7,6-7);

n  Não convém dizer coisas como: “Agora, quem estiver preparado...”, pois acabamos de dizer que não somos dignos.

n  Comunhão

n  Estendemos a mão esquerda para receber o Corpo do Senhor. Quem o distribui diz com convicção: “O Corpo de Cristo!” Nós respondemos: “Amém!” Com a mão direita pegamos o Corpo do Senhor e comungamos.

n  Participe do canto de comunhão, pois é expressão da unidade entre irmãos que se alimentam do mesmo pão.

n  Ação de graças

n  Eucaristia significa ação de graças, mas este é o momento oportuno para agradecer em silêncio ou com um canto. Nunca compreenderemos plenamente o que Deus fez por nós e nunca conseguiremos agradecer de modo perfeito. Neste momento, não se deixe vencer pela pressa de sair da Igreja. Agradeça do melhor modo possível.

n  Oração pós-comunhão

n  O presidente, de pé, convida à oração dizendo: “Oremos!”

É a terceira oração presidencial, e se dirige a Deus em forma de pedido. Geralmente essa oração pede a Deus a graça de sermos coerentes com aquilo que celebramos

RITOS FINAIS 

¨  Avisos

¨  Bênção final

¤  No início marcamos nosso corpo com o sinal-da-cruz e com a presença da Trindade. Na bênção final, é a própria Trindade que nos acompanha pela vida.

¤  Em ocasiões especiais há formulários próprios de bênção (advento, natal, páscoa, festas...)

¨  Despedida

¤  O presidente da celebração (ou o diácono) despede a assembléia em paz. Não devemos sair antes de o canto terminar. O primeiro a se retirar será aquele que presidiu.

Hora do Angelus

O Angelus (e o Regina Coeli, no Tempo Pascal) é uma oração muito antiga que faz memória da Anunciação do Anjo Gabriel à Nossa Senhora. É costume rezá-lo às 6h, 12h e 18h. Quem não puder guardar este horário, pode rezá-lo ao levantar, na hora do almoço e ao deitar.

V/ Angelus Dómini nuntiávit Mariæ

R/ Et concépit de Spíritu Sancto.

Ave Maria grátia plena Dóminus tecum, benedícta tu in muliéribus et benedictus fructus ventris tui, Jesus. Sancta Maria, Mater Dei, ora pro nobis peccatóribus, nunc et in hora mortis nostræ. Amém.

V/ Ecce ancílla Dómini

R/ Fiat mihi secúndum verbum tuum.

Ave Maria.

V/ Et Verbum caro factum est

R/ Et habitávit in nobis.

Ave Maria.

V/ Ora pro nobis, sancta Dei Génitrix

R/ Ut digni efficiámur promissiónibus Christi.

Oremus. Gratiam tuam, quæsumus Dómine, méntibus nostris infúnde: ut qui Angelo nuntiánte, Christi Filii tui incarnatioónem cognóvimus; per passiónem ejus et crucem, ad resurrectiónis glóriam perducámur. Per eúmdem Christum Dóminum nostrum. Amém.

Em português

V/ O Anjo do Senhor anunciou a Maria,

R/ E Ela concebeu do Espírito Santo.

Ave Maria.

V/ Eis a escrava do Senhor.

R/ Faça-se em mim segundo a Vossa palavra.

Ave Maria.

V/ E o Verbo se fez Carne,

R/ E habitou entre nós.

Ave Maria.

V/ Rogai por nós, Santa Mãe de Deus,

R/ Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

Oremos. Infundi, Senhor, em nossas almas a Vossa graça, para que nós, que conhecemos, pela Anunciação do Anjo, a Encarnação de Jesus Cristo, Vosso Filho, cheguemos, por sua Paixão e morte na cruz, à glória da Ressurreição. Pelo mesmo Jesus Cristo Nosso Senhor. Amém.



Regina Caeli

O Regina Caeli substitui o Angelus durante o Tempo Pascal e recita-se, em público, sempre de pé.

R/ Regína Cæli, lætáre, alleluia;

V/ Quia quem meruísti portáre, alleluia;

R/ Resurréxit, sicut dixit, alleluia;

V/ Ora pro nóbis Deum, alleluia.

V/ Gaude et lætáre, Virgo Maria, alleluia.

R/ Quia surréxit Dóminus vere, alleluia.

Oremus. Deus, qui per resurrectiónem Filii tui Dómini nostri Jesu Christi mundum lætificáre dignátus es: præsta, quæsumus; ut, per ejus Genitrícem Vírginem Mariam, perpétuæ capiámus gáudia vitæ. Per eumdem Christum, Dóminum nostrum. Amém.

Em português

R/ Rainha do Céu, alegrai-Vos, aleluia.

V/ Porque aquele que merecestes trazer no seio, aleluia,

R/ Ressuscitou como disse, aleluia.

V/ Rogai por nós a Deus, aleluia.

R/ Exultai e alegrai-Vos, ó Virgem Maria, aleluia.

V/ Pois o Senhor ressuscitou verdadeiramente, aleluia.

Oremos. Ó Deus, que Vos dignastes alegrar o mundo pela Ressurreição do Vosso Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, fazei, por intercessão da Virgem Maria, sua Mãe Santíssima, que sejamos admitidos nas alegrias da vida eterna. Pelo mesmo Jesus Cristo Nosso Senhor. Amém.



                                        Diocese de Cajazeiras – PB                       21/12/2010
Paróquia São Sebastião – Aguiar-PB
Igreja Santo Antônio e N. S. do Bonsucesso

Encontro de Liturgia

CELEBRAÇÃO DOMINICAL DA PALAVRA DE DEUS

No Brasil, a celebração dominical da Palavra de Deus é uma das formas celebrativas mais freqüentes. São aproximadamente 70% das comunidades que se reúnem aos domingos e celebram os mistérios da fé, ao redor da Palavra de Deus.
A celebração da Palavra de Deus é um ato litúrgico reconhecido e incentivado pela Igreja.
 As celebrações da Palavra de Deus não são uma criação das últimas décadas, mas fazem parte da tradição da Igreja.
A finalidade destas celebrações é a de assegurar às comunidades Cristãs possibilidade de se reunir no domingo e nas festas, tendo a preocupação de inserir suas reuniões na celebração do ano litúrgico e de relacioná-las com as comunidades que celebram a Eucaristia.
"Entre as formas celebrativas que se encontram na tradição litúrgica, é muito recomendada a celebração da Palavra de Deus"(Congregação para o Culto Divino, Celebrações Dominicais na Ausência do Presbítero (CDAP),n.2). para o alimento da fé, da comunhão e do compromisso do povo de Deus. CNBB, Doc. 43, n. 95. Ela é ação litúrgica reconhecida e incentivada pelo Concilio Vaticano II: "Incentive-se a celebração sagrada da Palavra de Deus, nas vigílias das festas mais solenes, em algumas férias do Advento e da Quaresma, como também nos domingos e dias santos, sobretudo naqueles lugares onde falta o padre"(SC 35.4).
 Em terras latino-americanas a realidade da "falta de ministros, a dispersão populacional e a situação geográfica do Continente fizeram crescer a consciência" da importância das celebrações da Palavra de  Deus (PUEBLA, 9OO)
Medellin, ao mesmo tempo que realça o valor desta forma celebrativa, sublinha sua relação com as celebrações sacramentais: "Fomentem-se as sagradas celebrações da Palavra, conservando sua relação com os sacramentos nos quais ela alcança sua máxima eficácia, e particularmente com a Eucaristia" (Medellin 9,14; cf. CNBB, Doc. 26, n. 229).
Puebla recomenda as celebrações da Palavra presididas por diáconos ou leigos (.  cf. Puebla, 944.)  como ocasiões propícias de evangelização (cf. Puebla, 946. )Estas, "com uma abundante, variada e bem escolhida leitura da Sagrada Escritura, são de muito proveito para a comunidade, sobretudo, para a realização da celebração dominical"( Puebla, 929)
É nesta celebração que muitas comunidades encontram, comummente, o alimento de sua vida cristão.  Formadas por gente simples, em luta pela sobrevivência e mais abertas à solidariedade, estas comunidades, espontaneamente, unem a Escritura à vida e, criativamente,  integram  preciosos elementos da religiosidade popular e de sua cultura(cf. CNBB, Doc. 43, n.97).
Através da Palavra de Deus, as comunidades celebram o mistério de Cristo em sua vida.  Depois dos sacramentos, a celebração da Palavra é a forma mais importante de celebrar (cf. Ibidem, n. 93.)
O mistério da salvação, que a Palavra de Deus não cessa de recordar e prolongar, alcança seu mais pleno significado na ação litúrgica. Assim, a Palavra de Deus é sempre viva (Cf Hb 4,12) pelo poder do Espírito Santo, e manifesta o amor ativo do Pai. A Palavra nunca deixa de ser eficaz (cf. OLM, n.4; cf. CNBB, Doc. 43, n. 77). Ela contém,  realiza e manifesta a aliança que Deus firmou com seu povo.    
A Palavra de Deus, é um "acontecimento" através do qual, o próprio Deus entra no mundo, age, cria, intervém  na história do seu povo para orientar sua caminhada. "Ela é como a chuva e a neve que descem do céu e para lá não voltam, se m terem regado a terra, tornando-a fecunda e fazendo-a germinar, dando semente ao semeador e o pão ao que come. Ela não torna a Ele sem ter produzido fruto e sem ter cumprido a sua vontade"( Is. 55,10-11).
O centro e a plenitude de toda a Escritura e de toda a celebração litúrgica é Jesus Cristo, palavra e sinal do amor com que Deus intervém e age para salvar seu povo: presença divina ativa entre nós ( cf. Ef 1,9; 3,9; Cl 1,27; 1Tm 3,16).
A acolhida da Palavra , a oração de louvor, de ação de graças e de súplica que ela suscita, é ação do Espírito, "pois não sabemos o que pedir como convém; mas o próprio  Espírito intercede por nós com gemidos inefáveis"( R.M. 8,26. Gl 4,6; Cf. OLM, n. 6.) "Ninguém pode dizer Senhor Jesus, senão pelo Espírito Santo"(1Cor 13,3)
Deus e a pessoa humana exprimem suas relações, através de sinais, símbolos e objetos (cf. Puebla 92º) A celebração da Palavra como toda a celebração litúrgica, se faz com "sinais sensíveis" (SC7). A participação do povo no acontecimento celebrado expressa-se com palavras, gestos, ações e ritos. (CNBB, Doc. 43, n. 39-4O,84)
A Igreja cresce e se edifica ao escutar a Palavra de Deus e ao celebrar a eucaristia como memorial da morte e ressurreição de Jesus Cristo, até que Ele venha (cf.CDAP,n. 1) A Palavra de Deus proclamada conduz à plenitude do mistério pascal de Cristo crucificado e ressuscitado.
"Os fiéis ao escutarem a Palavra de Deus
 reconheçam que as maravilhas anunciadas atingem o ponto
 alto no mistério pascal, cujo memorial é sacramentalmente
 celebrado na Missa. Assim, recebendo a Palavra de Deus e
 por ela alimentados, os fiéis na ação de graças são levados
 a uma frutuosa participação nos mistérios da salvação"
 (Inst. Eucharisticum Mysterium, n. 1O).
"Vocês que podiam participar dos Santos Mistérios, sabem: Quando lhes é dado o Corpo de Cristo, vocês o guardam com todo o cuidado e veneração, para que nada caia no chão e nada se perca do dom sagrado. Porque vocês se sentem culpados, se algo cair por negligência. Se tomam tanto cuidado para guardar o seu Corpo - e têm razão - como podem então pensar que seja uma culpa menor, desprezar a Palavra de Deus? (Origenes,) "A Palavra de Cristo não é menos do que o Corpo de Cristo" (Cesário de Arles,) "Bebe-se o Cristo no cálice das Escrituras como no cálice Eucarístico"(Sto. Agostinho,); "O verdadeiro Cristo está na sua Palavra e na carne"(Sto. Agostinho).
Palavra de Deus e Eucaristia são duas formas diferentes da presença de Jesus Cristo no meio do povo da nova aliança. O ideal seria que todas as comunidades cristãs pudessem celebrar a eucaristia, especialmente, aos domingos. Todavia, inúmeras razões, como: a falta de ministros o aumento do número de comunidades cristãos, sua dispersão em lugares afastados e outros motivos, impedem  que as comunidades participem  da celebração eucarística dominical
 O Domingo, Dia do Senhor e da Comunidade
- O Domingo é uma instituição de origem especificamente cristão  Começou com  a reunião dos primeiros cristãos para celebrar a memória da morte e ressurreição  de Jesus Cristo que se deu no primeiro dia da semana (cf Didaqué 14,1; S. Justino, I Apol. 67,7)
O Domingo é o dia da Igreja. Dia da comunidade reunida em nome do Senhor. Nesse mesmo dia, o Filho enviou de junto do Pai, o Espírito Santo sobre seus discípulos
- O Domingo era tão significativo para os primeiros cristãos, que eles se sentiam verdadeiramente convidados a participar da reunião comunitária. Nem o risco de vida, a prisão ou as torturas os afastavam das celebrações dominicais. Faltar à assembléia dominical é amputar o Corpo de Cristo. "Não podemos viver sem celebrar o domingo (Ata dos Mártires X, BAC 75) O sentido cristão dos fiéis, quer no passado, quer hoje em dia, teve sempre em tão grande honra o domingo, que "mesmo nos tempos de perseguição e nas regiões de cultura afastada ou até opostas à fé cristão, de modo nenhum aceitou substituir o dia do Senhor"( CDAP, n. 11.)
Mesmo tendo presente o valor pastoral e sacramental das Celebrações Dominicais da Palavra de Deus, não se devem ocultar questões sérias, como a dos ministérios e do direito das comunidades à celebração mais freqüente da Eucaristia. O Papa João Paulo II lembra que a Eucaristia é o centro das formas de oração e o fundamento indispensável para as comunidades cristãs.     
A celebração da Palavra de Deus, como expressão da Igreja reunida, supõe a presença de uma equipe de celebração que, a prepare, anime e integre os diversos serviços: do acolhimento fraterno, da presidência, da animação, do canto, da proclamação das leituras e outros. Para o seu bom desempenho, requer-se para a equipe a formação litúrgica.
- No momento de preparar a celebração, a equipe  considere os seguintes elementos: situar a celebração no tempo litúrgico e na realidade de vida da comunidade;  ler e refletir os textos bíblicos, percebendo sua mensagem central; prever os comentários, as orações, os cantos, os gestos e as expressões simbólicas que a vida da comunidade e a Palavra de Deus sugerem. Após a elaboração do roteiro da celebração, a equipe distribua corresponsavelmente os serviços, visando a participação ativa de toda a assembléia.   
 
Espaço Celebrativo
A configuração do espaço celebrativo deverá ser tal que ponha em destaque a mesa da palavra, e que os ministros possam facilmente ser vistos e ouvidos pela assembléia.        
A dignidade da Palavra de Deus requer, no espaço celebrativo, um lugar próprio para a sua proclamação. Convém que a "mesa da Palavra" ocupe lugar central.   Nela são proclamadas as leituras Bíblicas. Aí aquele que preside, dirige-se à assembléia e profere as orações.  Para a "Mesa da Palavra" convergem as atenções de todos os presentes.
Os livros litúrgicos requerem sejam tratados com cuidado e respeito, pois é deles que se proclama a Palavra de Deus e se profere a oração da Igreja. Por isso, na celebração, os ministros tenham em sua mão livros belos e dignos, quer na apresentação gráfica quer na encadernação.
 Na celebração da Palavra podem-se adotar vestes litúrgicas confeccionadas segundo a sensibilidade e o estilo próprio das culturas locais.

Elementos para o roteiro da Celebração
Há entre as comunidades eclesiais uma diversidade de roteiros para a Celebração  da Palavra de Deus.
As celebrações dos sacramentos, possuem um ritual próprio. No caso da Celebração  da Palavra de Deus, não existe um ritual específico. Muitas comunidades simplesmente seguem o esquema da Celebração Eucarística, omitindo algumas partes. Outras comunidades usam o roteiro sugerido por folhetos litúrgicos.
 Na celebração da palavra, há uma lógica a ser observada que, no seu conjunto, reflete uma coerência teológico-litúrgica: o Senhor convida e reúne, o povo atende e se apresenta; o Senhor fala, a assembléia responde professando sua fé, suplicando e rezando, louvando e bendizendo. A comunidade com ritos, gestos e símbolos expressa e renova a Aliança de Deus com o seu povo e deste com Deus. A assembléia é abençoada e enviada em missão na construção de comunidades vivas.    
É necessário situar a celebração da Palavra de Deus no contexto do tempo litúrgico e na vida da comunidade.
Para garantir o ritmo celebrativo procure-se integrar de forma harmoniosa, movimento e descanso, gesto e  palavra, canto e silêncio, expressão e interiorização, ação dos ministros e participação da comunidade. É preciso  levar em conta as exigências da comunicação e da cultura do povo.
 
- Na celebração da Palavra sejam devidamente valorizados os seguintes elementos:
 lº reunião em nome do Senhor;
 2º proclamação e atualização da palavra;
 3º Ação de graças;
 4º Envio em missão (  cf. CNBB,Doc.43, n. 9; CDAP,  n. 41. )

Ritos iniciais
A Celebração Comunitária da Palavra preparada e realizada num clima de acolhida mútua, de amizade, de simplicidade, de alegria e de espontaneidade, favorece a comunhão e a participação dos fiéis na escuta da Palavra e na oração.
Além do "ministério da acolhida" e da postura acolhedora, alegre, disponível e bem humorada dos ministros, é importante a apresentação das pessoas que tomam parte pela primeira vez, ou que estão em visita ou de passagem pela comunidade; a lembrança das pessoas ausentes por motivos de enfermidade, de trabalho ou de serviço em favor da comunidade; a recordação dos falecidos e seus familiares enlutados.
O comentarista, consciente de sua função, orienta a assembléia litúrgica com breves indicações sobre os cânticos, partes e os elementos da celebração.
Quem preside a assembléia, com palavras espontâneas e breves, saúda e acolhe a todos e os introduz no espírito próprio da celebração, despertando na assembléia a consciência de que está reunida em nome de Cristo e da Trindade para celebrar. 
 Poderá iniciar a celebração com uma procissão, levando a imagem do santo da devoção do povo, bandeiras, estandarte, faixas, cartazes e símbolos expressivos da realidade e da vida de fé dos presentes, entronizando a Cruz e a Bíblia e no tempo pascal, o Círio.

O rito penitencial é um momento importante na Celebração da Palavra. Ele prepara a assembléia para a escuta da Palavra e à oração de louvor. Para que a comunidade externe melhor os sentimentos de penitência e de conversão, a equipe de liturgia, de modo criativo, poderá prever cantos populares de caráter penitencial, refrões variados, expressões corporais, gestos, símbolos e elementos audiovisuais que permitam a comunidade e às pessoas externarem melhor os sentimentos de penitência e conversão, o reconhecimento das situações de pecado pessoal e social. Tenha-se o cuidado para não prolongar este rito de modo desproporcional às outras partes da celebração.
Aquele que preside concluirá os ritos iniciais com uma oração.  Tendo em conta a assembléia e suas condições, quem preside poderá solicitar aos presentes, após uns instantes de oração silenciosa, que proclamem os motivos de sua oração (fatos da vida, aniversários, falecimentos, problemas, alegrias e esperanças) e, depois, concluirá a oração proposta, integrando as intenções no conteúdo e no espírito do tempo litúrgico.

 Liturgia da Palavra
Deus convoca a assembléia e a ela dirige sua Palavra e a interpela no hoje da história. A liturgia da Palavra compõe-se de leituras tiradas da Sagrada Escritura, salmo responsorial,  aclamação ao evangelho,  homilia,  profissão de fé e  oração universal(cf. CDAP,n. 41b; OLM, n. 11.)
A proclamação do Evangelho deve aparecer como ponto alto da liturgia da Palavra, para o qual a assembléia se prepara pela leitura e escuta dos outros textos bíblicos.
Faz parte também da Liturgia da Palavra um tempo de meditação (silêncio, repetição, partilha) para buscar em comunidade o que o Senhor pede e para acolher a Boa Notícia que sua Palavra comunica.
A homilia é também parte integrante da Liturgia da Palavra. Ela atualiza a Palavra de Deus, de modo a interpelar a realidade da vida pessoal e comunitária, fazendo perceber o sentido dos acontecimentos, à luz do plano de Deus, tendo como referencial a pessoa, a vida, a missão e o mistério pascal de Jesus Cristo.
O Creio é uma resposta de fé da comunidade à Palavra de Deus ( IGMR, N. 43; CDAP, n. 41b; CNBB, Doc. 43, n. 281)  Exprime a unidade da Igreja na mesma fé e sua adesão ao Senhor. Por isso, é significativo recitar ou cantar a profissão de fé nos domingos e nas solenidades.
A oração dos fiéis ou oração universal, em geral, tornou-se um momento bom, variado e de razoável participação nas comunidades, "onde o povo, exerce sua função sacerdotal" (cf. IGMR, N. 46).  A comunidade reunida eleva ao Senhor sua oração universal com grande simplicidade. Nas comunidades maiores, a equipe de celebração, atenta à realidade local, eclesial e litúrgica elabora os pedidos.
Um dos elementos fundamentais da Celebração comunitária é o "rito de louvor", com a qual se bendiz a Deus pela sua imensa glória (CDAP, n. 41c ) A comunidade reconhece a ação salvadora de Deus, realizada por Jesus Cristo e canta seus louvores..
O momento da ação de graças ou do louvor pode realizar-se através de salmos, hinos, cânticos, orações litânicas ou ainda benditos e outras expressões orantes inspiradas na piedade popular.
A Oração do Pai Nosso, que nunca deverá faltar na celebração da Palavra, pode ser situada em lugares diferentes conforme o roteiro escolhido para a celebração.  A oração do Senhor é norma  de toda a Oração do Cristo, pede o Reino, o pão e a reconciliação e expressa o sentido da filiação Divina e da fraternidade. Evite-se sua substituição por cantos ou orações parafraseados. O Pai nosso pode ser cantado por toda a assembléia.
O abraço da paz é expressão de alegria por estar junto aos irmãos e irmãs, é expressão da comunhão fraterna, é importante que na celebração haja um momento para este gesto. Poderá variar o momento conforme o enfoque da celebração que estamos vivendo. Pode ser no início da celebração, após o ato penitencial, após a homilia, onde se realiza normalmente ou no final da celebração.
  
A Comunhão Eucarística

Nas comunidades onde se distribui a comunhão durante a Celebração da Palavra, o Pão Eucarístico pode ser colocado sobre o altar antes do momento da ação de graças e do louvor, como sinal da vinda do Cristo, pão vivo que desceu do céu (cf. CDAP. n. 45b. )
Compete ao ministro extraordinário da comunhão, distribuir a sagrada comunhão todas as vezes que não houver presbítero ou diácono em número suficiente e que as necessidades pastorais o exigirem( cf. A Sagrada Comunhão e o Culto do Mistério Eucarístico fora da Missa, n. 17: CIC, Cân. 91O/2; Cân. 23O/3; Congregação para a Disciplina dos Sacramentos, Instrução Immensae Caritatis, 1.1s.
Nas comunidades onde não há distribuição de comunhão, este pode ser o bom momento  para alguma ação simbólica, como: partilha do pão, recebimento do dízimo, coleta de donativos em vista  de ajuda aos necessitados da comunidade. Pode-se realizar também a aspersão com água, sinal do batismo, ou outras expressões simbólicas ligadas à experiência religiosa da comunidade.

 
Ritos finais – Compromisso

 Pelos ritos de despedida a assembléia toma consciência de que é enviada a viver e testemunhar a Aliança no seu dia-a-dia e nos serviços concretos na edificação do Reino. "Os ritos da conclusão indicam a relação que existe entre a liturgia e a vida cristão" (CDAP, n. 41e).
A bênção é um ato de envio para a missão e de despedida com a graça de Deus



ROTEIRO A
       Ritos Iniciais:
         - Acolhida
         - Breve comentário 
         - Canto e Procissão de Entrada
         - Momento Penitencial
         - Oração (intenções da Comunidade)
       Liturgia da Palavra
         - Leituras Bíblicas
         - Salmo responsorial e aclamação
         - Homilia
         - Profissão de Fé
    
  Momento do Louvor
         - Orações da Comunidade(oração dos fiéis)
         - Hino de Louvor, Canto
         - Oração em forma de  Ladainha
         - Oração do Pai Nosso
       Ritos de Comunhão (onde for possível)
       Ritos Finais
          - oração final
          - avisos
          - Canto final
          - Bênção final. 





ROTEIRO B
       Ritos Iniciais: DEUS NOS REÕNE
             - Canto de entrada
             - Procissão de entrada com símbolos
             - motivação
             - Súplica de Perdão
             - Hino de Glória (nos dias festivos)
             - Oração Inicial.
      Liturgia da Palavra: DEUS Nos FALA
             - Acolhida da Bíblia
             - 1ª Leitura
             - Salmo Responsorial
             - Aclamação ao Evangelho
             - Proclamação  do Evangelho
             - Partilha da Palavra
             - Profissão de Fé.
     Momento do Louvor: DEUS NOS FAZ Irmãos
             - Preces da Comunidade
             - Momento de Ação de Graças
             - Canto de Louvação
             - Pai Nosso
             - Abraço da Paz
    Ritos Finais: DEUS NOS ENVIA
             - Oração Final
             - Notícias e avisos
             - Canto Final
             - Bênção Final



 ROTEIRO C
   Ritos Iniciais: VAMOS COMEÇAR
             - Canto de Acolhida
             - Procissão de entrada(Cruz, Velas, Bíblia)
             - Comentário e saudação
            -  Hino de Louvor e Oração.
   Liturgia da Palavra: VAMOS  OUVIR e ACOLHER a PALAVRA
             - 1ª Leitura
             - Aclamação ao Evangelho
             - Proclamação do Evangelho
             - partilha da Palavra            
             - Profissão de Fé
             VAMOS LOUVAR E AGRADECER
             - Orações da Comunidade
             - A comunidade oferece dons(coleta do dízimo)
   Ritos da Comunhão: VAMOS PARTICIPAR DA COMUNHÃO
   Ritos Finais:
             - Oração Final
             - Avisos
             - Canto Final



R OTEIRO D 

Ritos Iniciais:
            - Procissão de Entrada com símbolos
            - Acolhida dos irmãos
            - Motivação e Saudação inicial
            - Evocação da Misericórdia de Deus

   Liturgia da Palavra:

Procissão da Bíblia
            - 1ª Leitura
            - Salmo Responsorial
            - Aclamação ao Evangelho
            - Proclamação do Evangelho
            - Partilha da Palavra
            - Profissão de Fé

   Momento do Louvor:
            - Orações e Súplicas da comunidade
            - Ofertas- gesto concreto de solidariedade
            - Pai Nosso. 

   Ritos de Comunhão (onde for possível)

  Ritos Finais:
            - momento de silêncio
            - Oração final
            - avisos e bênção Final



ITEPAS
CURSO DE ATUALIZAÇÃO EM LITURGIA

10ª AULA